segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Macarrão instantâneo com tempero é campeão em sódio



Macarrão instantâneo com tempero é campeão em sódio
Batata frita lidera em gordura saturada e biscoito de polvilho tem mais
gordura trans, mostra análise de mais de 20 tipos de alimentos

LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA

Macarrão instantâneo, batata frita e biscoito de polvilho são os
alimentos industrializados com maior teor de sódio, gordura saturada e
trans, respectivamente. 

A constatação é de um estudo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), que analisou mais de 20 categorias de produtos. 

O consumo elevado de sódio pode aumentar a pressão arterial e levar à
hipertensão. A ingestão de gordura trans e gordura saturada acima dos
níveis recomendados pode causar problemas cardíacos. 

O caso do macarrão instantâneo com tempero foi um dos que mais chamou a
atenção devido ao alto teor de sódio. Dependendo da marca do produto, a
pessoa ingere em uma porção até 167% do sódio recomendado para o consumo
diário. 

A Anvisa comparou 12 marcas de macarrão instantâneo: algumas têm duas
vezes mais sódio que outras. 

"O consumidor precisa comparar os produtos, há fabricantes que já
conseguem produzir alimentos mais saudáveis", diz Maria Cecília Brito,
diretora da Anvisa. 

Na análise da gordura saturada, a batata frita foi o alimento
considerado "vilão". Também houve, nesse caso, grande variação entre as
28 marcas pesquisadas. Há marcas que contêm até cinco vezes mais gordura
saturada que outras concorrentes. 

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação afirmou
estar "surpresa" com a divulgação do estudo da Anvisa, porque esperava
discutir o tema em um evento na próxima semana.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Principios bioativos do arroz integral podem evitar doenças diversas



Depois de passar oito anos estudando as propriedades nutricionais de todas as variações do arroz (polido, integral, parboilizado, preto e vermelho), pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP chegaram a conclusões que podem parecer surpreendentes aos olhos dos consumidores. Foi constatado que o arroz do tipo integral tem propriedades que vão muito além da tão valorizada presença de fibras: ele é rico em vitaminas, sais minerais e, acima de tudo, possui princípios bioativos que podem diminuir as chances de desenvolvimento de doenças cardíacas, câncer, diabetes e obesidade.

Mas por que, afinal, só o arroz integral possui essas propriedades? A professora Ursula Lanfer Marquez, coordenadora da linha de pesquisa Características nutricionais e propriedades funcionais do arroz, explica que a diferença está justamente no tipo de beneficiamento do grão. Enquanto o arroz integral, quando descascado, mantém o chamado "farelo" (camadas externas ao endosperma, onde estão os nutrientes e compostos bioativos), o arroz polido (ou branco) perde todas essas camadas, restando o endosperma, rico apenas em amido e proteínas.

O arroz parboilizado, por sua vez, pode ser integral ou polido. Porém, neste caso o grão passa por um pré-cozimento antes de ser descascado - portanto, mesmo quando é integral, perde algumas de suas propriedades no processo. "O pré-cozimento é feito pois evita que o arroz se quebre quando descascado, aumenta a vida de prateleira e, quando cozido, fica sempre soltinho. Como o arroz quebrado não tem valor comercial, o gasto com a parboilização é compensado pelos prováveis prejuízos com quebras", explica a professora Ursula.

Bioatividade - Assim, o arroz integral é o único que conserva os chamados compostos bioativos, que são aqueles que têm atividades sobre organismos vivos. No caso do arroz, já foram confirmados pelo menos dois tipos de atividades: antioxidante e hipocolesterolêmica (reduz a taxa de colesterol no sangue).

Um dos compostos responsáveis por essas atividades é o orizanol, substância própria do arroz, que possui as duas propriedades. Além dele, a vitamina E e os compostos fenólicos apresentam atividade antioxidante, capazes de evitar o estresse oxidativo no organismo, relacionado a problemas cardiovasculares, câncer e inflamações, isto é, a doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, em geral. Segundo a professora Ursula, outros tipos de arroz, como o preto e o vermelho, apresentam uma atividade antioxidante ainda maior do que a do arroz integral.

Entre tantos grãos - É no mínino curioso que todos esses benefícios proporcionados pelo arroz, um alimento tão popular e acessível no país, sejam tão pouco conhecidos e estudados. Ainda mais numa época em que é crescente a preocupação com a alimentação, fato que a mídia e a própria publicidade tornam evidente.

Para a professora, isso ocorre porque o arroz não é uma novidade para a população. "Ninguém fala disso porque o arroz é consumido pelo homem há cinco milhões de anos. O consumidor não cria expectativas em relação ao produto", explica Ursula. "Por outro lado, há bastante interesse quando se fala de grãos diferentes, como a quinoa ou o amaranto. Mas o fato é que o arroz pode apresentar muito mais benefícios à saúde do que esses outros grãos", pondera.

Segundo Ursula, o grupo de pesquisadores do seu laboratório tem como objetivo divulgar cada vez mais esses benefícios, e desmistificar o vínculo existente entre os benefícios dos alimentos e o fato de eles serem ou não fontes de fibra. "Antes, tudo era ligado à fibra, mas nós já constatamos que os benefícios à saúde não dependem só dela. Os benefícios estão relacionados aos princípios bioativos", diz. A equipe ainda pretende incentivar o consumo de cereais integrais não-trigo, determinar as quantidades de ingestão mínima de arroz integral para que haja efeito sobre o organismo e tentar estabelecer um reconhecimento formal de todas as propriedades benéficas do arroz.

Texto: Mariana Midori Isagawa
Fonte: USP Online



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Texto da minha amiga Priscila Simões

  • Pessoal !   Este texto abaixo foi uma grande amiga minha chamada Priscila Simões que escreveu.  Sempre gostei dos textos dela, e me sinto muito privilegiada de ter trabalhado e convivido com ela por quatro anos de nossas vidas, na faculdade ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).  E ela fez este texto para mim com o maior carinho (de sempre) para apresentação do meu livro, que infelizmente não foi aprovado pela lei Rouanet.   Mas o blog está aí para isso mesmo não é?  Quem vai se deliciar são vocês.

"Apresentar este livro sem contar um pouco da minha história, eu não consigo. Porque este é mais do que um livro de receitas; é um livro de memórias e de empreendedorismo também.  A vida é feita de escolhas, a gente pode até acreditar nisso, mas já reparou na quantidade de oportunidades que escolhe a gente? É mais ou menos assim que eu vejo essa minha relação com a aromas, a cosmética e a beleza.

Aos doze anos não saía da cozinha, ajudava minha mãe a preparar e entregar quentinhas e minha avó materna a fazer e perfumes cremes à base de produtos naturais. Ambos eram negócios caseiros e artesanais. E se as melhores receitas da mamãe envolviam tomate, os melhores cremes para massagem da vovó precisavam dele também. Não posso dizer que esta tenha sido minha primeira experiência profissional com a cosmética artesanal porque, na verdade, eu estava era me divertindo.

Um dos meus primeiros empregos foi como modelo primeiro no Brasil, depois no Japão, onde vivi por um período. Fui pro outro lado do mundo aos 18 anos, sozinha, sem os cremes ou colo da vovó. Porém, Noboribetsu Onsen, a cidade japonesa que me acolheu, é uma região conhecida por seus vulcões e águas termais, o que significa que banhos de ofurô com água ricas em enxofre fizeram bem pra minha pele e pra minha alma.  Aprendi muito sobre cosmética nesse período, observando e experimentando tudo quanto podia.

As experiências formais, dessas que a gente põe em currículo, vieram depois. De volta ao Brasil, trabalhei por muito tempo no mercado de perfumaria importada e em quase todas as áreas: vendas, merchandising, supervisão, treinamento, marketing e consultoria. A última empresa em que trabalhei, não resistiu à alta do dólar em 1999 e fechou as portas. Um susto ficar desempregada. Como ficariam as prestações do carro, o boleto da faculdade e as outras contas?

Eu tinha um monte de problemas e uma rede de relacionamento com os clientes do meu antigo emprego. Enxerguei aí uma oportunidade; sabia que nesse mercado da cosmética havia espaço para um produto diferenciado, de qualidade e com preço competitivo, assim, comecei a fabricar sabonetes artesanais.

A faculdade de Publicidade e Propaganda me ajudou organizar a parte mercadológica do negócio. Os professores e colegas tiveram um papel ainda mais fundamental: foram meus gerentes, consultores, divulgadores e principalmente consumidores. Assim nasceu a Vijaya, uma pequena empresa de sabonetes artesanais com nome indiano que significa “que traz vitória”. 

Meus clientes do tempo da cosmética importada logo se encantaram com os sabonetes. Não demorou até que ampliasse as vendas e os pedidos superassem a quantidade de material que eu tinha como estoque inicial. Participei de muitas feiras e eventos. Consultei muitos livros, ouvi muitos amigos e sempre me deixei um bocado pela minha intuição. Faça isso também. Quando estiver lendo alguma receita, dê ouvidos à sua intuição. 

Foi ela quem me fez enxergar que os sabonetes precisavam e mereciam uma embalagem atraente. Investi nisso. Valeu a pena. No mais, foi arregaçar as mangas, e aproveitar o tempo em que ficava derretendo a glicerina em banho-maria pra pensar em novas receitas e combinações. Passo horas na cozinha e, como no tempo dos cosméticos da vovó, eu posso dizer que estou é me divertindo.

E é isto que eu desejo a você que comprou esse livro, desejo que você divirta, que use os produtos da sua cozinha para fazer uma deliciosa combinação de sabores. Desejo que você experimente banhos deliciosos com os sabonetes que você criar e que presenteie as pessoas que você gosta com um pouquinho da sua criatividade. 

É como eu disse no início desta apresentação, este não é só um livro de receitas, o Banho Gourmet é mais pretensioso que isso, é um livro pra você saborear e soltar a imaginação. Ainda tenho muito mais histórias para dividir com você, mas vou preferir espalhá-las pelas receitas do livro. Estou ansiosa pra te ver com a mão na massa. Vamos começar?"